Plano de Aula: “Brincando e Interagindo: Expressando Sentimentos e Criatividade” (Educação Infantil)
O plano de aula que apresentaremos a seguir tem como objetivo promover o desenvolvimento integral de crianças pequenas, por meio de brincadeiras que não exigem muitos recursos, mas que são ricas em aprendizado e interação. A proposta das atividades é estimular a sociabilidade, a criatividade e o movimento, fundamentais nesta fase da educação infantil. Ao explorar diversas brincadeiras que usam muito mais a imaginação e a interação entre os alunos do que instrumentos materiais, o educador poderá proporcionar experiências significativas que favorecem tanto o desenvolvimento cognitivo quanto o emocional.
As brincadeiras selecionadas foram pensadas cuidadosamente para serem *engajadoras*, *divertidas* e *acessíveis*, todas realizadas em um ambiente que propicie a liberdade e o respeito mútuo entre as crianças. Elas irão explorar habilidades sociais e emocionais, além de desenvolver a percepção corporal e a coordenação motora. Todas as atividades estão alinhadas às diretrizes da BNCC, promovendo uma aprendizagem significativa e prazerosa para os pequenos.
Tema: Brincadeiras
Duração: 1h
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças pequenas
Faixa Etária: 5 a 6 anos
Objetivo Geral:
Propiciar momentos de brincadeira que estimulem a interação social e a criatividade das crianças, promovendo o reconhecimento dos sentimentos e a expressão de ideias e emoções.
Objetivos Específicos:
– Incentivar a criação de vínculos sociais e a empatia entre as crianças durante as brincadeiras.
– Promover o desenvolvimento motor e a coordenação por meio de movimentos lúdicos e expressivos.
– Estimular a comunicação e a expressão de sentimentos, ideias e desejos por meio da linguagem oral.
– Fomentar a sensibilidade estética e o respeito às diferenças culturais e individuais.
Habilidades BNCC:
– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “O EU, O OUTRO E O NÓS”
(EI03EO01), (EI03EO03), (EI03EO04)
– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”
(EI03CG01), (EI03CG02), (EI03CG03)
– CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO”
(EI03EF01), (EI03EF02)
Materiais Necessários:
– Espaço ao ar livre ou sala com bastante espaço livre
– Fitas coloridas (opcional)
– Música ambiente (como canções infantis)
– Objetos do cotidiano (como garrafas plásticas vazias ou caixas de papelão que podem ser usados nas brincadeiras)
Situações Problema:
A proposta é convidar as crianças a resolverem, por meio das brincadeiras, como elas podem interagir positivamente com outras, compartilhar ideias e jogos, além de desenvolver o senso de cooperação, sendo fundamentais para o fortalecimento dos laços sociais.
Contextualização:
Neste plano, a brincadeira não é apenas uma forma de entretenimento, mas sim uma ferramenta poderosa para que as crianças aprendam sobre si mesmas e sobre o mundo à sua volta. É por meio do brincar que elas exploram, experimentam, sentem e se expressam. Além disso, ao participar de atividades coletivas, as crianças aprendem importante lições sobre convivência, escuta e empatia.
Desenvolvimento:
1. Aquecimento (10 minutos): Iniciar a aula com uma roda de conversa onde as crianças se apresentam e falam um pouco sobre suas brincadeiras favoritas, compartilhando experiências. Esse momento ajuda a desenvolver a comunicação e a expressividade.
2. Brincadeira do “Caranguejo” (15 minutos): Organizar as crianças em duplas e orientá-las a caminharem de costas, segurando os ombros uma da outra, como se fossem caranguejos. Essa atividade estimula a coordenação motora e a confiança.
3. “Caminhada dos Sentidos” (15 minutos): Propor que as crianças andem por diferentes áreas do espaço, utilizando os pés e as mãos para descrever texturas, sons e cheiros. Esse exercício ajudará a ampliar seu vocabulário e percepção sensorial.
4. Brincadeira do “Teatro de Sombras” (20 minutos): Usando a luz de uma janela ou lanternas, as crianças poderão criar figuras com as mãos e contar histórias, desenvolvendo sua imaginação e narrativa.
5. Encerramento (5 minutos): Reunir as crianças em círculo novamente para compartilhar o que mais gostaram na aula. Esse momento de reflexão é importante para a construção da autoestima e envolve o reconhecimento das emoções dos colegas.
Atividades sugeridas:
1. Brincadeira “Esconde-Esconde”:
– Objetivo: Desenvolver a percepção espacial e a empatia, respeitando a busca dos outros.
– Descrição: Um aluno conta até 20, enquanto os outros se escondem. Quando o contador encontra alguém, devem cumprimentar-se e se juntar ao contador até que todos sejam encontrados.
– Materiais: Nenhum adicional é necessário.
– Adaptações: Para crianças tímidas, permitir que escolham um lugar que podem notar e queiram ser encontrados.
2. “Brinca e Pinta” com Tintas Naturais:
– Objetivo: Estimular a criatividade e a expressão artística.
– Descrição: Criar tintas com pó de café ou caules de planta. As crianças, com a ajuda de pincéis improvisados (ramos, folhas), farão pinturas em papel kraft ou em caixotes de papel.
– Materiais: Pó de café, água, papel, folhas e materiais naturais para pincéis.
– Adaptação: Para crianças com dificuldades motoras, podem utilizar os dedos para pintar.
3. “O Jogo das Cores” com Fitas:
– Objetivo: Promover a coordenação motora e a percepção de cores.
– Descrição: Espalhar fitas coloridas pelo espaço e orientar as crianças a pularem em cada cor, nomeando a cor antes de pular.
– Materiais: Fitas coloridas.
– Adaptação: Para crianças em espectro autista, usar cores específicas que elas possam escolher.
4. “Dança dos Animais”:
– Objetivo: Incentivar a expressão corporal e o movimento criativo.
– Descrição: A professora toca uma música e as crianças dançam como o animal que escolherem, imitando os sons e os movimentos.
– Materiais: Música infantil.
– Adaptação: Para aquelas que têm mais dificuldade em se deslocar, podem ser incentivadas a participar das danças com os movimentos de mãos.
5. “Caça ao Tesouro Natural”:
– Objetivo: Aprender sobre a natureza e a cooperação.
– Descrição: As crianças devem encontrar objetos naturais (folhas, pedras) listados em um papel previamente preparado.
– Materiais: Lista de itens e um cesto para coletar.
– Adaptação: Crianças que tiverem dificuldade em se locomover podem ser auxiliadas por outros colegas.
Discussão em Grupo:
Após cada atividade, realizar uma breve discussão com perguntas como: “O que você aprendeu com essa brincadeira?”, “Como você se sentiu quando encontrou seu amigo no esconde-esconde?” ou “Qual foi a parte mais divertida da dança dos animais?”. Essa interação estimula a reflexão e o aprendizado conjunto.
Perguntas:
– O que você mais gostou de fazer hoje?
– Como você se sentiu ao brincar com seus amigos?
– Você se lembrou de alguma brincadeira que gosta de fazer em casa?
Avaliação:
A avaliação será baseada na observação das interações das crianças durante as brincadeiras. O professor deverá observar se as crianças estão participando ativamente, mostrando empatia, respeitando as ideias dos colegas e como expressam suas emoções. Além disso, a capacidade de cooperar e se comunicar durante as atividades também será considerada.
Encerramento:
Ao final da aula, relembrar as brincadeiras realizadas e suas importâncias, convidando as crianças a pensar sobre como é divertido aprender enquanto se brinca. Ressaltar a importância do respeito e da amizade nas interações entre amigos, encorajando-as a aplicar esses valores em outras situações.
Dicas:
– Utilize músicas infantis que façam parte do repertório das crianças para aumentar o engajamento.
– Varie as atividades para atender aos diferentes interesses e habilidades dos alunos. Algumas crianças podem preferir atividades mais calmas, enquanto outras podem desfrutar de mais movimento.
– Fique atento às interações da turma e intervenha quando necessário para mediar conflitos de maneira respeitosa e positiva.
Texto sobre o tema:
O valor das brincadeiras na educação infantil é indiscutível. Não se trata apenas de uma forma de entretenimento, mas sim de um ambiente rico para a aprendizagem e o desenvolvimento de diversas habilidades. Cada atividade lúdica é uma oportunidade de crescimento pessoal e social, onde as crianças aprendem a cooperar, a escutar, a compartilhar e, acima de tudo, a expressar suas emoções e sentimentos. Através do brincar, as crianças exploram o mundo à sua volta, estabelecendo conexões que lhes oferecem sentido e compreensão sobre as suas vivências e a convivência com os outros.
Além disso, ao se envolver em brincadeiras, especialmente em um contexto grupal, as crianças exercitam a empatia e a cidadania, aprendendo a respeitar e valorizar as diferenças e as singularidades de cada indivíduo. Cada riso, cada corre-corre e cada movimento traz um aprendizado que vai muito além da sala de aula. As brincadeiras criam um espaço seguro onde os pequenos podem explorar seus limites, reconhecer suas capacidades e, ao mesmo tempo, compreender a importância do respeito mútuo em sociedade.
Por último, é essencial entender que as brincadeiras não devem ser vistas como simples intervenções, mas como ferramentas de construção do ser humano. São por meio delas que as crianças se familiarizam com conceitos de convivência, e aprendem a dialogar e a negociar, além de se tornarem mais conscientes de seu corpo, construindo uma relação saudável com a sua identidade física e social.
Desdobramentos do plano:
O plano de aula sobre brincadeiras pode servir de ponto de partida para diversas ações pedagógicas futuras. A partir das interações e dos aprendizados que surgem durante as atividades, o professor pode criar um espaço para o desenvolvimento de novos projetos que aprofundem as questões de relacionamento social, empatia e inclusão. Além disso, essas brincadeiras podem ser documentadas em um mural na sala de aula, onde os alunos podem trazer suas ideias e, assim, trabalhar na construção coletiva de novos jogos e propostas.
Outro desdobramento significativo é a possibilidade de envolver as famílias. O professor pode sugerir que as crianças compartilhem as brincadeiras que aprenderam com seus pais e irmãos, criando uma conexão entre a escola e o lar. Isso não apenas fortalece o aprendizado, mas também traz uma nova dinâmica às relações familiares, promovendo momentos de diversão e interação que são fundamentais para a formação emocional da criança.
Por fim, as experiências adquiridas durante o plano de aula podem ser interligadas a outras disciplinas e campos de conhecimento, como a arte, a música e a linguagem. Isso contribui para uma visão mais integrada do aprendizado, tornando a educação mais rica e contextualizada. As crianças podem produzir desenhos sobre as brincadeiras ou até mesmo criar pequenas histórias, ampliando assim o impacto dessas atividades e promovendo um aprendizado verdadeiro e significativo.
Orientações finais sobre o plano:
Ao aplicar este plano de aula, é fundamental que o educador mantenha um olhar atento às dinâmicas grupais e ao comportamento de cada criança. Adaptar as atividades conforme necessário é uma habilidade essencial, uma vez que cada grupo é único e pode apresentar diferentes ritmos e necessidades. É importante criar um ambiente seguro e acolhedor, onde cada criança se sinta livre para se expressar e participar ativamente.
Além disso, não subestime o poder do riso e da diversão. As melhores aprendizagens acontecem quando as crianças se sentem à vontade e se divertem. Sinta-se à vontade para improvisar, mudar a proposta ou integrar novos elementos que possam surgir durante as atividades. Essas adaptações não apenas enriquecem as experiências, mas também permitem que as crianças se envolvam mais profundamente.
Por fim, sempre que possível, busque formas de integrar a comunidade, as famílias e os outros educadores. Trocar experiências e colaborações com outros profissionais da educação pode oferecer novas perspectivas e enriquecer ainda mais o aprendizado dos pequenos, criando uma rede de apoio e compartilhamento de práticas que, sem dúvida, será benéfica para todos.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Jogo da Amarelinha:
– Objetivo: Desenvolver a coordenação e a habilidade de seguir regras.
– Materiais: Giz para riscar a amarelinha no chão.
– Descrição: As crianças devem pular nas casas numeradas, respeitando a ordem e realizando movimentos de coordenação.
– Adaptação: Caso algumas crianças tenham dificuldade em pular, elas podem andar pelas casas de forma lenta.
2. Contação de Histórias com Mímica:
– Objetivo: Estimular a criatividade e a habilidade de narrar histórias.
– Materiais: Fantoches feito de meias ou figuras de papel.
– Descrição: Cada criança pode criar uma mímica em cima de uma história que foi contada, incentivando a imaginação e a expressão corporal.
– Adaptação: Para os tímidos, o professor pode começar com um exemplo e ir incrementando o envolvimento dos demais.
3. Pintura com a Mão:
– Objetivo: Desenvolver a expressão artística e sensorial.
– Materiais: Tintas não tóxicas e papel grande.
– Descrição: As crianças devem usar suas mãos para criar figuras e desenhos, focando em suas sensações ao tocar a tinta.
– Adaptação: Utilizar esponjas para as crianças que preferem não sujar as mãos.
4. Caminhada Criativa:
– Objetivo: Melhorar a percepção corporal e o controle motor.
– Materiais: Música animada.
– Descrição: As crianças devem se movimentar de diferentes maneiras (pulando, andando de lado, imitando animais) ao som da música. Quando a música para, devem congelar na posição que estão.
– Adaptação: Para crianças com mobilidade reduzida, sugerir diferentes formas de movimento no lugar.
5. Faça Você Mesmo um Brinquedo:
– Objetivo: Estimular a criatividade e o trabalho em equipe.
– Materiais: Materiais recicláveis como caixas, garrafas, papeis.
– Descrição: As crianças trabalham em grupos para criar um brinquedo usando materiais reciclados, desenvolvendo assim a cooperação e o senso de realização.
– Adaptação: Para crianças com dificuldades manuais, elas podem se envolver na seleção e decoração dos materiais.