Plano de Aula: História Coletiva (Educação Infantil)
A proposta deste plano de aula, que envolve história coletiva com o uso de fantasias, é ideal para crianças pequenas, especialmente na faixa etária de 4 anos. Este enfoque permite que as crianças desenvolvam suas habilidades de comunicação, expressão e empatia, contribuindo para a construção de relações interpessoais. A prática da co-criação de histórias estimula também a imaginação e a criatividade, ao mesmo tempo em que libera espaço para o autoentendimento e a expressão do Eu, essencial para o desenvolvimento emocional nesta fase.
A atividade se fundamenta na interação e na troca de ideias, onde as crianças não apenas escutam, mas também participam ativamente na criação da narrativa, assumindo papéis que encorajam a simulação de diferentes realidades e contextos. Com o uso de fantasias, todas as crianças podem explorar a história criando personagens únicos que desenvolvem comportamentos e ações que refletem suas próprias percepções de mundo, ao mesmo tempo em que interagem com os outros de maneira respeitosa e colaborativa.
Tema: História Coletiva
Duração: 20 minutos
Etapa: Educação Infantil
Sub-etapa: Crianças Pequenas
Faixa Etária: 4 anos
Objetivo Geral:
Propor uma atividade de história coletiva utilizando fantasias, em que as crianças possam expressar suas ideias, sentimentos e imaginação, promovendo o desenvolvimento social e emocional.
Objetivos Específicos:
– Estimular a expressão oral e a comunicação entre as crianças.
– Desenvolver a empatia e o reconhecimento das emoções dos outros.
– Incentivar a criação coletiva, explorando a imaginação e criatividade.
– Promover a valorização e o respeito às diferentes contribuições e ideias apresentadas pelas crianças.
Habilidades BNCC:
– Campo de experiências “O EU, O OUTRO E O NÓS”:
– (EI03EO01) Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir.
– (EI03EF04) Recontar histórias ouvidas e planejar coletivamente roteiros de vídeos e de encenações, definindo os contextos, os personagens, a estrutura da história.
– Campo de experiências “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”:
– (EI03CG01) Criar com o corpo formas diversificadas de expressão de sentimentos, sensações e emoções, tanto nas situações do cotidiano quanto em brincadeiras, dança, teatro, música.
– Campo de experiências “ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO”:
– (EI03EF02) Inventar brincadeiras cantadas, poemas e canções, criando rimas, aliterações e ritmos.
– (EI03EF06) Produzir suas próprias histórias orais e escritas (escrita espontânea), em situações com função social significativa.
Materiais Necessários:
– Fantasias variadas que podem incluir capas de super-heróis, vestidos, chapéus e acessórios representativos.
– Uma caixa de história contendo objetos diversos e imagens que inspirem a narrativa.
– Um espaço amplo onde as crianças possam se movimentar livremente.
Situações Problema:
– Como podemos criar uma história juntos, explorando personagens diferentes e situações nas quais eles podem se encontrar?
– O que nossos personagens fariam se encontrassem um dilema? Como eles poderiam resolver?
Contextualização:
A atividade da história coletiva faz parte da compreensão da dinâmica social entre as crianças, permitindo que elas pratiquem a escuta, a expressão de sentimentos e a cooperação. Ao usar fantasias, as crianças não só exploram a criatividade como também se colocam na pele de personagens que podem ser diferentes delas, incentivando uma visão mais ampla sobre a diversidade de situações e sentimentos humanos.
Desenvolvimento:
– Iniciar a atividade com uma breve explicação sobre a importância da colaboração e da empatia ao contar histórias.
– Pedir para que cada criança escolha uma fantasia e se apresente como o personagem que escolheu, descrevendo a personalidade do seu personagem.
– O professor inicia uma narrativa simples e, a partir deste ponto, cada criança contribui com uma parte da história, desenvolvendo-a coletivamente. O professor deve intervir, quando necessário, para guiar e inspirar a continuidade da narrativa.
– Utilizar os objetos da caixa de história para enriquecer a narrativa, permitindo que as crianças escolham objetos que possam representar elementos da história que estão construindo.
– Finalizar a atividade discutindo brevemente o que cada criança sentiu ao participar e como o seu personagem poderia agir em diferentes situações.
Atividades sugeridas:
1. Aquecimento Corporal
– Objetivo: Preparar as crianças para a atividade.
– Descrição: Faça uma breve atividade de aquecimento com música, onde as crianças precisam imitar animais ou personagens de fantasia.
– Instruções: Coloque uma música animada e incentive as crianças a imitar a movimentação de seus personagens enquanto se aquecem.
2. Criação de Personagens
– Objetivo: Estimular a imaginação e o reconhecimento de sentimentos.
– Descrição: Cada criança escolhe uma fantasia e cria um breve histórico do seu personagem.
– Instruções: Após escolher, pergunte às crianças sobre o que o personagem gosta, quais são seus medos, e como ele se sente em relação aos amigos e à família.
3. Início da História Coletiva
– Objetivo: Reforçar a colaboração e a criatividade.
– Descrição: O professor inicia uma história com uma frase de abertura e as crianças acrescentam suas ideias a cada turno.
– Instruções: O professor vai chamando cada criança para participar, buscando incluir elementos variados que respondam às suas contribuições.
4. Encenação da História
– Objetivo: Desenvolver a expressão verbal e não verbal.
– Descrição: Após criar a narrativa, as crianças encenam a história utilizando as fantasias e objetos da caixa de história.
– Instruções: Organize o espaço para que fiquem confortáveis e permitam a todos participarem da apresentação.
5. Reflexão Final
– Objetivo: Consolidar o aprendizado e a reflexão sobre a experiência.
– Descrição: Reunião para conversar sobre a história criada e o que aprenderam com a atividade.
– Instruções: Pergunte sobre o que mais gostaram, o que aprenderam sobre seus colegas e seus próprios sentimentos.
Discussão em Grupo:
– Como você se sentiu sendo seu personagem?
– O que você aprendeu sobre os outros personagens ao longo da nossa história?
– Como você acha que outra criança se sentiria se estivesse no lugar do personagem que você criou?
Perguntas:
– O que você gostaria que acontecesse a seguir na nossa história?
– Você prefere contar histórias ou interpretá-las? Por quê?
– Como podemos usar a história que criamos para ensinar algo a alguém?
Avaliação:
A avaliação será realizada de forma contínua, observando a participação das crianças durante as atividades, o nível de interação e colaboração, além da habilidade de expressar sentimentos e ideias saídas da imaginação de cada um. O professor pode utilizar anotações sobre a participação de cada aluno, observando como eles se relacionam com os colegas e a empatia demonstrada durante a co-criação da história.
Encerramento:
Reúna as crianças para compartilhar suas impressões sobre a aula, enfatizando pontos positivos sobre o trabalho em equipe e a criação conjunta. Agradeça a todos pela contribuição e reforçe a importância da imaginação que cada um trouxe à atividade. Encoraje-as a contar e criar histórias em casa, usando suas próprias experiências ou inventando novas narrativas.
Dicas:
– Use músicas que estimulem a diversão e a interação durante as atividades de aquecimento.
– Mantenha um ambiente acolhedor e seguro, onde as crianças se sintam confortáveis para expressar suas ideias sem medo de julgamentos.
– Envolver as crianças em cada fase do processo de narrativa, assegurando que todas as vozes sejam ouvidas e respeitadas durante a criação da história.
Texto sobre o tema:
A história coletiva é uma prática que nutre talentos criativos e a habilidade social entre as crianças. Ao envolver-se neste atividade, as crianças aprendem o valor da colaboração, ao mesmo tempo em que exploram os sentimentos dos personagens que estão representando. A prática da criação em conjunto ajuda as crianças a se sentirem parte de um grupo, onde cada participação é válida e significativa. Essa prática não só estimula o desenvolvimento da linguagem, como também ensina sobre a diversidade, ao questionar como diferentes personagens agem em cada situação.
A empatia é uma habilidade fundamental que se desenvolve através da narrativa, pois ao criar e interpretar personagens variados, as crianças aprendem a se colocar no lugar do outro, compreendendo que cada ser humano tem sua própria história e maneira de ver o mundo. Ao encenar a história, os alunos também têm a chance de expressar emoções, o que é essencial para a regulação emocional nesta fase de desenvolvimento. É neste contexto que a teoria se transforma em prática, promovendo um ambiente onde a imaginação e a criatividade são sempre bem-vindas.
Por fim, ao abordar a história coletiva com o uso de fantasias, o professor abre um leque de possibilidades que podem ser exploradas por cada criança. O uso de objetos permite um aprofundamento da interação entre os participantes, fazendo da atividade uma rica experiência que potencializa a construção de laços afetivos e uma comunicação mais efetiva. Além disso, promove um ambiente onde a autoexpressão é valorizada, contribuindo não apenas para o desenvolvimento individual mas para o coletivo, caracterizando assim um ensino realmente integrado e significativo.
Desdobramentos do plano:
Os desdobramentos desta atividade podem ser diversos e devem ser explorados gradualmente. Após a atividades, o professor pode organizar um pequeno teatro onde as histórias mais populares entre as crianças possam ser apresentadas para outras salas, promovendo um espaço de compartilhamento e valorização do que foi criado. Essa apresentação pode incluir a participação de outros profissionais da instituição, como professores de música, que ajudem a trazer um elemento sonoro às encenações.
Outra possibilidade é transformar o resultado das histórias coletivas em um livro ilustrado, onde cada criança pode fazer uma ilustração representativa do seu personagem ou de uma cena que elas mais gostaram da narrativa. Este livro pode ser exposto na sala de aula, tornando-se um material concreto e um símbolo do trabalho colaborativo.
Por fim, o professor pode incentivar as crianças a se tornarem “contadores de histórias” em casa, fazendo com que compartilhem sua experiência com familiares e amigos. Isso não só eleva a auto-estima das crianças, mas também estabelece um laço mais forte entre o ambiente familiar e escolar, abrindo espaço para que as histórias criadas na escola continuem a brilhar fora dela. Essa continuidade do aprendizado e a valorização da expressão podem levar a um maior envolvimento familiar e do desenvolvimento da auto-confiança entre as crianças.
Orientações finais sobre o plano:
Ao implementar o plano de história coletiva com o uso de fantasias, é vital que o professor se posicione como um facilitador do aprendizado. É importante que a ação docente seja leve e acolhedora, promovendo um ambiente seguro onde as crianças sintam-se à vontade para expressar-se e compartilhar suas ideias sem medo. Além disso, deve-se estar atento para garantir que todas as crianças tenham a oportunidade de contribuir, respeitando os tempos e ritmos de cada uma, o que é crucial para um aprendizado inclusivo.
Verifique constantemente a dinâmica do grupo, pois o estímulo à cooperação e ao respeito mútuo deve ser reforçado. O papel do professor é também valorizar as conquistas de cada criança, reconhecendo suas contribuições de maneira que se sintam vistas e ouvidas. Essa abordagem não apenas enriquece a atividade, mas também estabelece um clima de bem-estar, promovendo relações mais saudáveis entre as crianças.
Por fim, é fundamental que o educador reflita sobre as metodologias aplicadas e como essas práticas podem ser adaptadas ou aprimoradas em futuros encontros. O constante feedback recebido das crianças é uma ferramenta poderosa de aprendizado que deve ser utilizada para ajustar e enriquecer as experiências oferecidas, visando sempre uma prática educativa mais rica e envolvente, que fomente o desenvolvimento holístico dos alunos.
5 Sugestões lúdicas sobre este tema:
1. Teatro de Sombras
– Faixa Etária: 4 a 5 anos.
– Objetivo: Estimular a narração de histórias utilizando criatividade e habilidades manuais.
– Materiais: Lanternas, papel preto cortado em forma de personagens e uma folha branca para projetar as sombras.
– Condução: As crianças devem criar suas próprias formas e encenar uma história, projetando as sombras na parede.
2. Desenho Coletivo de Personagens
– Faixa Etária: 4 anos.
– Objetivo: Fomentar a criatividade e o trabalho em equipe.
– Materiais: Papel grande, lápis de cor e canetinhas.
– Condução: Em grupo, as crianças desenham um grande mural de personagens que participaram da história contada, fazendo um “painel de heróis”.
3. Fantoches de meia
– Faixa Etária: 4 anos.
– Objetivo: Criar personagens e narrativas visuais.
– Materiais: Meias velhas, botões, linhas, e outros adereços.
– Condução: As crianças criam seus próprios fantoches e utilizam-nos para representar a história montada anteriormente.
4. Jogo de Mímicas
– Faixa Etária: 4 a 5 anos.
– Objetivo: Expressar emoções e ações.
– Materiais: Cartas com diferentes emoções e ações.
– Condução: As crianças pegam as cartas sem olhar e precisam imitar o que está escrito, permitindo que as outras adivinhem.
5. Caça ao Tesouro da História
– Faixa Etária: 4 anos.
– Objetivo: Trabalhar a cooperação e a resolução de problemas em grupo.
– Materiais: Dicas escritas e objetos que estão relacionados à história.
– Condução: Ao longo da sala, as crianças seguem as pistas que levam a um “tesouro”, que é um baú cheio de fantasias ou acessórios de personagens.
Este plano de aula foi estruturado para ser ricamente detalhado e dinâmico, promovendo uma experiência envolvente, que instiga tanto a criatividade das crianças quanto o seu desenvolvimento social e emocional.